Os Terapeutas e as Suas Feridas – III

Um excelente terapeuta vibra com aquilo que quer ensinar e tratar. É um Modelo do que está a transmitir, acolhendo e abraçando as dores do seu paciente.

Isso só é possível quando é capaz de reconhecer, abraçar e transformar as suas próprias dores.

Transformar as dores

Ser terapeuta sem receber periodicamente terapia é um risco enorme para si e para o seu paciente. A solução que nos parece tão correta para nós, pode ser apenas isso: correta para nós.

É fundamental ir além de nós para o encontro com o outro. Esse é um trabalho para toda a vida. 

Ser terapeuta 

Ser terapeuta é esse compromisso de nos acompanharmos para o resto da vida.

É o compromisso de dizer sim às nossas feridas.

Temos de aprender a amá-las e a criar fórmulas de cura individuais com os nossos clientes.

Esta é uma escolha que só se torna madura quando aceitamos a responsabilidade permanente cuidarmos de nós.

O feminino reecontrado

É preciso muita atenção. E nunca negligenciar o nosso autocuidado. Este exemplo que transcrevo em seguida de Nathalie Durel Lima é o exemplo do que não deve acontecer:

“Posso dar uma imagem muito simples para explicar a dinâmica entre um terapeuta e o seu paciente. Quando o paciente nos consulta procurando ajuda, encontra-se “cheio” do seu conteúdo de sofrimentos, queixas, sintomas ou seja, a sua história pessoal. Metaforicamente, “é como se ele estivesse a carregar um contentor repleto de coisas das quais se irá desfazer no nosso espaço terapêutico.


Pela lógica, o terapeuta (para poder receber este conteúdo) precisa de ter o espaço adequado, ou seja, vazio, para o receber. Caso o terapeuta esteja inundado de problemas pessoais não resolvidos, ele, identicamente ao paciente, está com um contentor cheio nos braços. Consequentemente, quando o paciente tenta depositar o seu conteúdo no espaço terapêutico, já não encontra lugar.”

A responsabilidade de ser terapeuta

A responsabilidade de sermos terapeutas é um assunto sério. Não nos devemos assustar e não avançar enquanto terapeutas. A autora ainda afirma:


“A pior situação verifica-se quando o terapeuta “descarrega” (de um modo inconsciente) o seu fardo em cima do paciente, que sai da consulta ainda com todo o seu conteúdo, mas também com o do terapeuta que “descarregou” nele a sua carga. Esta carga pode ser energética, psicológica, mental ou espiritual.


Há alguns anos, procurei uma psicóloga para fazer uma terapia transpessoal. Encontrei uma “coitada” (não tenho outra forma de me referir a ela) que passou as duas primeiras consultas falando da sua aflição, relacionada com o seu filho bebé, que sofria de paralisia cerebral. Eu já não sabia “quem era quem” nesta relação terapêutica e fugi das suas consultas. Este caso é bastante extremo, mas existe. Como também existem (e é o mais comum) os terapeutas que não se “limpam” energeticamente e carregam os pacientes com a sua aura suja e desequilibrada.”

Avançar com consciência 

O que a Vida pede é algo mais de nós. Vai mais além em ti.

Mesmo que não tenhas uma formação de base relacionada com  ajudar o próximo.

É importante a formação, a deontologia, o desenvolvimento de um código ético e fundamentalmente, a terapia em ti mesma.

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Para atraíres uma vida mais fluída e abundante, e necessária uma boa terapia, de preferência transpessoal. 

É necessária uma terapia que te ajude e te ensine a ler a realidade à tua volta. Que seja capaz de te orientar nas transformações internas que necessitam de ocorrer.

Mergulhar no processo

Nesse espaço que criamos para nós de amor e aceitação incondicional, existirão sempre erros. Quantos mais atentos e cuidados estivermos, menos haverá. Essa é a nossa responsabilidade.

Eu, que tenho anos e anos de formação, continuo a afirmar que a melhor forma de aprender terapia é ao recebê-la. É mergulhar no processo. É muito mais eficaz aprender por modelo e na nossa própria pele. 

Ser um bom terapeuta 

Afinal, todo o sentido de sermos terapeutas está em ter uma vida que nos leva ao que a nossa alma mais deseja: a cura das nossas próprias feridas. 

Nesse caminho de honestidade e autenticidade, vamos com esse saber adquirido ao longo da experiência, ser terapeutas e guias de outras pessoas, numa espiral infinita de cuidar e ser cuidado.

Enquanto esse fluxo estiver garantido, estará também garantida para ti uma vida próspera e abundante enquanto terapeuta. Será feita ao dar e receber, receber e dar.

Lê mais sobre este tema

Lê mais sobre este tema nos outros dois artigos que escrevi a pensar em ti:

Artigo: Os Terapeutas e as Suas Feridas – II

Artigo: Os Terapeutas e as Suas Feridas – I

4 comentários em “Os Terapeutas e as Suas Feridas – III”

  1. Gostei muito deste tema, pois me aconteceu à uns anos, ter que consultar uma psicóloga e se não saísse ficava pior, pois saia com uma carga muito negra.

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